segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tao Te Ching


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O Tao Te Ching começa pelas seguintes duas linhas:

O Tao que pode ser dito não é o verdadeiro Tao.
O nome que pode ser nomeado não é o verdadeiro nome.

O conceito de Tao é algo que só pode ser apreendido por intuição. É algo de muito simples, mas não pode ser explicado. É o que existe. Só que nós temos demasiados conceitos dentro da cabeça para o entender como um todo uno.

A música não é a verdadeira música. A música não é a técnica ou o conhecimento musical. É algo que um bebé entende. A verdadeira música é algo diferente daquilo que usualmente se designa por música.
O amigo não é o verdadeiro amigo. O verdadeiro amigo é aquele que por vezes nos diz coisas que mais parecem ditas por um inimigo. A verdadeira amizade é algo diferente daquilo que usualmente se designa por amizade ou inimizade.
Para conseguirmos entender o curso natural das coisas e seguirmos o caminho do Tao temos que conseguir desaprender muitos conceitos. Para os podermos desaprender é preciso que antes os tenhamos aprendido. Mas temos que passar a um estado muito parecido com o estado inicial em que estavamos antes de o termos aprendido.
Se abrirmos os olhos de repente, há um brevíssimo momento durante o qual o nosso cérebro ainda não analisou o que está a ver. Ainda não distinguiu as cores e as formas nem descodificou o que se está a passar à nossa frente. Os taoistas procuram viver o mais perto possível desse estado. É uma renúncia à análise imperfeita da realidade. A verdadeira música e a verdadeira amizade sentem-se sem necessidade de qualquer análise.


No capítulo 48 lê-se:

Na busca do conhecimento, todos os dias algo é adquirido,
Na busca do Tao, todos os dias algo é deixado para trás.
E cada vez menos é feito
até se atingir a perfeita não-acção.


Quando nada é feito, nada fica por fazer.
Domina-se o mundo deixando as coisas seguirem o seu curso.
Não interferindo.



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