domingo, 5 de dezembro de 2010

Osho- A Tristeza tem a sua própria Beleza



Não se identifique com a tristeza. Torne-se uma testemunha e goze o momento de tristeza, porque a tristeza tem sua própria beleza. Você jamais a observa. Você se torna tão identificado, que nunca penetra na beleza de um momento triste. Se você observar, ficará surpreso pelos tesouros que esteve perdendo. Olhe quando está feliz, você nunca é tão profundo como quando está triste. A tristeza tem uma profundidade que lhe é própria. Observe as pessoas as pessoas felizes. As assim chamadas pessoas felizes, os playboys e as playgirls – você os encontrará em clubes, hotéis, teatros – estão sempre sorrindo e borbulhando de alegria. Você sempre os encontrará pouco profundos, superficiais. Essas pessoas não têm nenhuma profundidade. A felicidade é como as ondas da superfície – você vive superficial. Mas a tristeza tem uma profundidade. Quando você está triste, não é como as ondas na superfície; é como a própria profundeza do Oceano Pacífico – quilômetros de profundidade. Mova-se para as profundezas, observe-as. A felicidade é como a luz, a tristeza é como a escuridão. A luz vem e se vai, a escuridão permanece – é eterna. A luz surge algumas vezes, a escuridão está sempre presente. Se você penetrar na tristeza, sentirá todas essas coisas. De repente, vai perceber que a tristeza existe como um objeto, você está observando e
testemunhando e, repentinamente, começa a se sentir feliz. Uma tristeza tão linda! – uma flor da escuridão, uma eterna flor de profundidade. Como um abismo que não tem fundo, tão silencioso, tão musical – não há o menor ruído, a menor perturbação. Podemos ir caindo e caindo nele, infinitamente, e podemos sair dele totalmente rejuvenescidos. É um repouso. Depende da atitude. Quando você fica triste, você acredita que alguma coisa ruim lhe aconteceu. Isso é uma interpretação que você faz de alguma coisa ruim que lhe aconteceu, e então você começa a tentar fugir disso de fato; você nunca medita sobre isso. Então você quer encontrar alguém, quer ir a uma festa, ao clube, ligar a TV ou o rádio, ou começa a ler o jornal –alguma coisa para que possa esquecer. Trata-se de uma atitude errada que foi dada a você – de que a tristeza é errada. Nada há de errada nela. É uma outra polaridade da vida. A alegria é um pólo, a tristeza outro. A felicidade é um pólo, a miséria, outro. Uma vida apenas de felicidade terá uma dimensão lateral, mas não terá uma profundidade. Uma vida apenas de
tristeza terá profundidade, mas não terá amplidão. A vida que contem ambas, tristeza e felicidade é multidimensional; move-se em todas as direções simultaneamente. Observe a estátua de Buda, ou algumas vezes olhe dentro dos meus olhos e você encontrará ambas juntas – uma beatitude, uma paz, e uma tristeza também. Você encontrará uma felicidade que contém tristeza dentro de si, porque essa tristeza lhe dá oportunidade. Observe a estátua de Buda –  feliz, mas ainda assim triste. A própria palavra triste lhe trás uma conotação errada. Trata-se de
interpretação sua. Para mim, a vida em sua totalidade é boa. E quando você compreende a vida em sua totalidade, só então você pode celebrar, de contrário não.


                                                                                                'Osho- Vida, Amor e Riso' 

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