quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Osho- Solidão e Solitude


Na solitude estamos constantemente encantados conosco mesmos. Ela é abençoada, um profundo preenchimento, que nos mantém centrados e enraizados. Ela é independente. Todos são um fim em si mesmos. Ninguém existe para ser usado. Quem está no pico da solitude só se atrai por quem também esteja só. Dois solitários olham um para o outro, mas dois que conheceram a solitude olham para algo mais elevado. Se estão felizes consigo mesmos, tornam-se companheiros. As palavras felicidade e acontecimento têm a mesma raiz em inglês. Porque a felicidade simplesmente acontece. Para ser feliz é preciso deixar acontecer. O caminho do amor deve ser tomado com tremenda consciência e o da consciência, com tremendo amor. Depois de cada experiência profunda nos sentimos sós e tristes: seja um grande amor ou uma meditação. Por isso muitos evitam experiências profundas. A solitude é bela e livre. É um momento em que o outro não é necessário. Após essa liberdade o amor é possível. O amor traz solitude e a solitude traz amor. Já a solidão não cria amor; apenas necessidade. Ela pode matar. Dois solitários não conseguem se relacionar porque isso não ocorre a partir da necessidade. Solitude é uma flor desabrochando, é positiva, saudável. Só o amor dá a coragem de sermos sós. Só assim acumulamos energia até transbordar e transformar-se em amor. Sós, acumulamos amor, celebração, dança, energia, prazer, vida. Só o excesso de energia possibilita o orgasmo, que não é um alívio, mas celebração. Quando os amantes se afastam, readquirem sua solitude, beleza e alegria. A alegria traz a necessidade de compartilhar. A paixão é muito pequena diante da compaixão. Solitude é mover-se para dentro e amor é mover-se para fora. Ambos os movimentos são enriquecedores.

                                                                     'Osho- Relacionamento: Amor e Liberdade'

domingo, 28 de setembro de 2014

Osho- Sim e Não



Desobediência é a grande revolução, Isso não significa ser absolutamente contra qualquer situação. Significa simplesmente decidir fazer algo ou não, se é benéfico fazer algo ou não. É assumir a responsabilidade por si. Não é uma questão de odiar a pessoa ou de odiar que lhe digam o que fazer. Nesse ódio, você não pode agir com obediência ou desobediência — ao contrário, pode agir com inconsciência. Você não pode agir com inteligência. Quando lhe dizem para fazer alguma coisa, estão lhe dando a oportunidade de responder. Talvez o que lhe ordenem esteja certo. Então obedeça a ordem e seja grato à pessoa que lhe disse no momento certo o que fazer. Talvez a ordem não esteja certa. Então ajude a pessoa a entender que sua linha de raciocínio está errada. Mas não há por que odiar. Se a ordem estiver certa, cumpra-a com amor. Se não estiver, é necessário demonstrar mais amor ainda, porque você terá que
explicar à pessoa que aquilo não está certo. O caminho da desobediência não é estagnado, não é ser contra toda e qualquer ordem e alimentar raiva, ódio e desejo de vingança em relação a alguém. O caminho da desobediência é um caminho de grande inteligência. Leva tempo até você crescer, amadurecer, chegar a uma maturidade em que possa dizer sim e continuar sendo livre, em que você possa dizer sim e continuar sendo único e não se tornar um escravo. A liberdade que se consegue dizendo não é uma liberdade muito infantil. Ela é boa para quem tem de 7 a 14 anos de idade. Mas se a pessoa ficar presa a isso e sua vida inteira se tornar uma sucessão de nãos, então ela parou de crescer. O crescimento supremo é dizer sim com tanta alegria quanto uma criança diz não. Essa é a segunda infância. E aquela pessoa que consegue dizer sim com tamanha liberdade e alegria — sem nenhuma hesitação, sem nada que a prenda, sem qualquer condição, com alegria pura e simples, com um sim puro e simples — tornou-se sábia. Ela vive em harmonia novamente. E essa harmonia tem uma dimensão completamente diferente da harmonia das árvores, dos animais, dos pássaros. Eles vivem em
harmonia porque não podem dizer não, e o sábio vive em harmonia porque ele não diz não. Entre os dois, os pássaros e os budas, estão todos os seres humanos — não-crescidos, imaturos, infantis, estancados em algum lugar, tentando ainda dizer não para ter uma certa sensação de liberdade.


                                                                                'Osho- Faça o Seu Coração Vibrar' 

Conto Zen- Quando Cansado..


 Um estudante perguntou a Joshu, "Mestre, o que é o Satori?"
O mestre replicou: "Quando estiver com fome, coma. Quando estiver cansado, durma."




sábado, 27 de setembro de 2014

Osho- Autenticidade



Sinceridade significa autenticidade – ser sincero, não ser falso, não usar máscaras. Qualquer que seja o seu rosto verdadeiro, mostre-o, custe o que custar. Lembre-se: isso não significa que você tenha de desmascarar os outros; se eles estão felizes com as mentiras deles, compete a eles se decidir. Não sai desmascarando ninguém, porque as pessoas são como são... seja verdadeiro consigo mesmo. Não é preciso que você corrija ninguém no mundo. Se você puder crescer sozinho, será o bastante. Não seja um reformador e não tente dar lições aos outros, não tente mudar os outros. Se você mudar, será o bastante como mensagem. Ser autêntico significa permanecer verdadeiro consigo mesmo. Como permanecer verdadeiro? Lembre-se sempre de três regras. Uma, nunca dê ouvidos a ninguém quando dizem o que você deve ser. Ouça sempre a sua voz interior, o que você gostaria de ser; do contrário, vai desperdiçar sua vida inteira... Preste atenção: a coisa mais importante é o seu ser. Não deixe que os outros manipulem você – e eles são muitos; todo mundo está pronto para controlar você, para mudar você, para lhe dar uma orientação que você não pediu. Todo mundo quer ser o guia da sua vida. O guia existe dentro de você; você tem o plano. Ser autêntico significa ser sincero consigo mesmo... O motivo pelo qual todo mundo parece tão frustrado é que ninguém ouve a própria voz... ouça sempre sua voz interior, e não ouça mais nada. Existem mil e uma tentações ao seu redor, porque muitas pessoas estão mascateando as suas coisas. É um supermercado; o mundo, e todo mundo nele está interessado em vender as próprias coisas a você. Todo mundo é um vendedor. Se der ouvidos a muitos vendedores, você vai ficar louco. Não dê ouvidos a ninguém, simplesmente feche os olhos e ouça sua voz interior. É para isso que existe a Meditação: para ouvir a voz interior. A segunda regra mais importante – só se você cumprir a primeira regra poderá cumprir a segunda – nunca use uma máscara. Se estiver com raiva, mostre a sua raiva. É perigoso, mas não sorria, porque isso é ser falso. Mas lhe ensinaram que, quando você está com raiva, deve sorrir. Então seu sorriso torna-se falso, uma máscara – simplesmente um movimento dos lábios e nada mais. O coração está cheio de raiva, veneno, e os lábios sorrindo: você se torna um prodígio de falsidade. Então também se manifesta uma outra reação: quando você quer sorrir, não consegue sorrir. Todo seu mecanismo está de cabeça para baixo porque, quando queria ficar com raiva, você não ficava; quando queria odiar você não odiava. Então você quer amar; de repente, você descobre que o mecanismo não funciona. Então você quer sorrir, você precisa forçar o sorriso. Realmente, o seu coração é todo sorrisos e você quer dar uma boa risada, mas não consegue rir... o sorriso não sai, ou ate mesmo, se sair, será um sorriso apagado e sem graça. Ele não deixa você feliz, você não se entusiasma com ele. Você não irradia nada. Quando quiser ficar com raiva, fique com raiva. Não há nada errado em ficar com raiva. Se quiser rir, ria. Não há nada errado em dar uma risada. Pouco a pouco você vai ver que todo seu organismo voltou a funcionar direito... não use máscaras; do contrário você vai criar disfunções no seu mecanismo, bloqueios. Existem muitos bloqueios no seu corpo. A pessoa que reprime a raiva fica com a mandíbula bloqueada. Toda a raiva vai para a mandíbula e pára ali. As mãos ficam feias; elas não têm o movimento gracioso de um bailarino, não, porque a raiva chega aos dedos e os bloqueia. A raiva tem duas saídas para ser liberada: uma são os dentes, a outra são os dedos. Se você reprime alguma coisa, existe no seu corpo alguma parte correspondente à emoção. Se você não quer chorar, os seus olhos vão perder o brilho... porque as lágrimas são necessárias; elas são um fenômeno muito vivo. Quando uma vez ou outra você deixa as lagrimas correrem – quando você realmente chora, você chora de verdade, e as lágrimas começam a correr dos seus olhos – os seus olhos se limpam, se revigoram, recuperando a juventude e a pureza. Lembre-se: se não puder chorar sinceramente, você também não poderá rir, porque essa é a outra polaridade. As pessoas que conseguem rir também conseguem chorar; as pessoas que não conseguem chorar não conseguem rir. E a terceira regra sobre a autenticidade... permaneça sempre no presente, porque tanto do passado quando do futuro é que vêm todas as falsidades. Porque o que passou, passou; não se preocupe com isso e não carregue como um fardo; do contrário isso não vai permitir que você seja autêntico em relação ao presente. E tudo que não aconteceu ainda não aconteceu. Não se incomode sem necessidade com o futuro, do contrário ele cairá sobre o presente e o destruirá. Seja verdadeiro em relação ao presente; então, você será autêntico. Nem passado, nem futuro – o momento é tudo. O momento é a eternidade inteira. Siga essas três regrinhas e você vai conseguir ser sincero, verdadeiro, autêntico. Então, tudo o que você disser será verdade. Comumente, você pensa que precisa tomar cuidado para dizer a verdade; não é isso o que eu estou dizendo. Estou dizendo: crie autenticidade e tudo o que você disse será verdade. A verdade não é uma coisa lógica. Por verdade eu quero dizer a autenticidade do ser; sem impor nada que você não seja, apenas sendo o que você é, independentemente dos riscos, nunca se tornando um hipócrita. Se você está triste, fique triste. Esta é a verdade; não a esconda. Não exiba um sorriso falso no rosto, porque esse sorriso falso cria uma divisão em você. Quando você está com raiva e não demonstra a raiva... é porque tem medo de que essa demonstração prejudique a sua imagem, porque as pessoas pensam que você é compreensivo e dizem que você nunca fica com raiva. Elas gostam disso e isso é tão gratificante para o ego. Agora, ficar com raiva vai prejudicar a sua linda imagem; assim, em vez de prejudicar a imagem, você reprime a raiva. Você está fervendo por dentro, mas por fora continua compreensivo, bondoso, polido, doce. Aí acontece a divisão. As pessoas produzem essa divisão durante a vida inteira; então a divisão se torna absolutamente estabelecida. Mesmo quando você está sentado sozinho e não há ninguém por perto, e não há necessidade de fingir, você continua fingindo; isso se tornou um hábito arraigado e automático... Então, não é uma questão de ser verdadeiro ou falso; isso acabou por se tornar um hábito... Por verdadeiro eu quero dizer não fingir. Seja exatamente o que você é – num momento você está triste... e no momento seguinte, se você ficar feliz, não há necessidade de continuar triste – porque também lhe ensinaram a ser sempre coerente, a permanecer coerente... Assim, não é só quando está triste que você finge sorrisos; quando você quer sorrir, também finge tristeza por causa da idéia completamente estúpida de permanecer coerente. Cada momento tem a sua característica peculiar, e nenhum momento precisa ser coerente com nenhum outro momento. Assim, não é preciso se preocupar com a coerência. Ninguém que se preocupe com a coerência vai se tornar falso porque apenas mente com coerência. A verdade está sempre mudando. A verdade contém suas próprias contradições – e essa é a substância da verdade, essa é a sua vastidão, essa é a sua beleza. Portanto, se você está se sentindo triste, fique triste – sem nenhuma censura, sem nenhuma avaliação como sendo bom ou mau. Não se trata de ser bom ou mau; isso simplesmente acontece. E quando acontece, deixe acontecer. Quando você começar a sorrir de novo, não se sinta culpado só porque há pouco estava triste; então, como pode sorrir? Quando estiver feliz, seja feliz; não há necessidade de fingir nada. Cada momento tem uma realidade atômica: ele é descontínuo em relação ao momento anterior e não está ligado ao momento futuro. Cada momento é atômico. Os momentos não se seguem uns aos outros em seqüência; eles não são lineares. Cada momento tem a sua própria maneira de ser e você deve ser isso, nesse momento, nada mais. É isso o que realmente é considerado como verdade. Verdade significa autenticidade, verdade significa sinceridade. A verdade não é uma coisa lógica. Ela é um estado psicológico de ser verdadeiro – não verdadeiro de acordo com algum ideal, pois, se houver um ideal, você vai se tornar falso. O homem verdadeiro não tem ideais. Ele vive momento a momento; ele sempre vive como se sente no momento. Ele é completamente respeitoso em relação aos próprios sentimentos, às próprias emoções, aos próprios humores. E isso é o que eu quero que as pessoas sejam: autenticas, verdadeiras, sinceras, respeitosas em relação à própria alma.

                                                                                              
                                                                                                                   'Osho- Intimidade'



                              

Osho- Amor Inclusivo




É possível amar o mundo inteiro, o amor nunca deveria ser possessivo. Não deveria ser exclusivo, e sim inclusivo. Quando o amor é inclusivo você é capaz de reconhecê-lo como tal. Quando um amor é exclusivo, dedicado exclusivamente a uma pessoa, você o restringe tanto que acabará matando-o. Você estará destruindo sua infinitude. As pessoas deveriam amar. O amor não deveria ser apenas um relacionamento:deveria ser um estado do ser. E sempre que você ama uma pessoa, através dela ama a todos.




sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Frases de Lao-Tzu




'Se deres um peixe a um homem faminto, vais alimentá-lo por um dia. Se o ensinares a pescar, vais alimentá-lo toda a vida.'
'O sábio pode descobrir o mundo sem transpor a sua porta. Vê sem olhar, realiza sem agir.'
'Produção sem apropriação, ação sem auto-afirmação, evolução sem dominação.'
'Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão.'
'As palavras verdadeiras não são agradáveis e as agradáveis não são verdadeiras.'




Osho- Meditação



'A meditação é necessária somente porque você não escolheu ser feliz. Se você tivesse escolhido ser feliz, não haveria nenhuma necessidade de meditação. A meditação é medicinal: se você está doente, então o medicamento é necessário. Os Budas não precisam de meditação. Uma vez que você começou a escolher a felicidade, uma vez que você decidiu que você tem que ser feliz, então nenhuma meditação é necessária. A meditação começará a acontecer naturalmente, por ela mesma.'



quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Osho- Amor e mistério



A cabeça diz: "Pense antes de saltar." E o coração diz: "Salte antes de pensar." Esses dois caminhos são diametralmente opostos. Amar é saltar numa situação perigosamente viva, sem calcular nada de antemão. Cada pessoa é um mistério tão infinito, inextinguível, inescrutável, que não é possível que um dia você diga: "Eu conheço essa mulher" ou "Eu conheço esse homem". O máximo que você pode dizer é: "Eu dei o melhor de mim, mas o mistério continua um mistério." Na verdade, quanto mais você conhece, mais misterioso o outro fica. É por isso que o amor é uma constante aventura. Como é possível conhecer o outro? Você pode amar e, através do amor, esse milagre acontece. Se amar o outro, uma grande compreensão surge naturalmente. Não que tente compreender o outro: você simplesmente ama o outro como ele é, sem julgamentos. O amor de verdade não é uma fuga da solidão, o amor de verdade é uma solitude abundante. A pessoa está tão feliz em ficar sozinha que tem vontade de compartilhar. A felicidade sempre quer compartilhar. Ela é excessiva, não pode se conter, como a flor não pode
conter sua fragrância — ela tem que se espalhar pelo ar. Solidão é quando você está sentindo falta do outro. Solitude é quando você está encontrando a si mesmo. O amor é um subproduto da liberdade. É a alegria transbordante da liberdade, é a fragrância da liberdade. Primeiro é
preciso que haja a liberdade para que depois haja o amor.A mente é boa quando se trata de dinheiro, de guerra e de ambição, mas a mente é absolutamente inútil quando se trata de amor. Dinheiro, guerra, desejo, ambições — você não pode pôr o amor nessa mesma categoria. O amor vem de uma outra fonte do seu ser. Os problemas do ciúme e da possessividade não são de fato problemas, mas sintomas — sintomas de que você ainda não sabe o que é amor. Achamos que sabemos o que é amor e por isso surge o problema do ciúme. Não é isso. O problema surge porque não existe amor. Ele mostra que o amor ainda não brotou, mostra simplesmente a falta de amor. Por isso você não pode solucioná-lo. Tudo o que é necessário é esquecer o ciúme, porque essa é uma luta negativa, é uma luta com a escuridão. Não faz sentido. Em vez disso, acenda uma vela. Isso é que é amor. Depois que o amor começa a fluir, o ciúme e a possessividade deixam de existir. Você fica simplesmente surpreso ao ver que eles se foram. Você não consegue mais encontrá-los. E exatamente como quando acende uma vela e, ao procurar pela escuridão por todo o cômodo, descobre que não pode mais encontrá-los. Você os procura até com uma luz, mas não consegue encontrá-los. Não pode encontrá-los porque não estão mais ali. Eram, simplesmente, a falta de luz. O ciúme é a falta de amor. O amor é o único mandamento. Se não houver amor, nem mesmo os Dez Mandamentos ajudarão em alguma coisa. Os Dez Mandamentos não são necessários — eles só são necessários porque você não está pronto para cumprir o primeiro e único mandamento. Eles são apenas substitutos fracos para o único mandamento: o amor. Antes que você possa se relacionar com alguém, relacione-se consigo mesmo. Esse é o requisito básico para se sentir realizado. Sem ele, nada é possível. Com ele, nada é impossível.


                                                                                        'Osho- Faça o seu Coração Vibrar' 

OSHO- Comum




'Torne-se comum e você será extraordinário; tente se tornar extraordinário e você continuará sendo comum.'

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Osho- Decisão



Evite esses hipócritas que decidem por você. Tome as rédeas nas suas mãos. Você tem que decidir. Na verdade, é nesse próprio ato de decisão que a sua alma nasce. Quando os outros decidem por você, sua alma continua adormecida e obtusa. Quando você começa a decidir por si próprio, passa a ter perspicácia. A verdade não é democrática. Não é através de votos que se decide o que é verdadeiro. Caso contrário, nunca chegaríamos a verdade alguma. As pessoas votarão pelo que é mais confortável — e as mentiras são muito confortáveis, porque você não tem que fazer nada em relação a elas, só acreditar. A verdade exige grande esforço,
descoberta, risco. E é preciso que você trilhe sozinho um caminho que ninguém percorreu antes. A maioria se compõe de idiotas, completos idiotas. Cuidado com a maioria. Se tantas pessoas estão seguindo alguma coisa, isso já e prova suficiente de que ela está errada. A verdade acontece a indivíduos, não a multidões. O homem nasce como uma semente: ele pode se tornar uma flor ou não. Tudo depende de você, do que faz consigo mesmo. Tudo depende do facto de crescer ou não. A escolha é sua — e essa escolha tem que ser feita a todo momento. A todo momento você se encontra em uma encruzilhada. Sempre que você explora seu potencial, se torna o melhor. Sempre que se desvia dele, continua medíocre. Toda a sociedade se compõe de pessoas medíocres por uma simples razão: ninguém é o que se destinava a ser — é alguma coisa diferente. Sua mente está sempre perguntando: "Por quê? Para quê?" E
qualquer coisa que não tenha resposta para a pergunta "para quê" aos poucos passa a não ter valor para você. E assim que o amor passou a não ter valor. Para que serve o amor? Aonde ele leva você? O que se pode conseguir com ele? Ele vai levá-lo a algum tipo de utopia, a algum paraíso? É claro que, pensando assim, o amor não tem qualquer sentido. Ele é sem sentido. Qual é o sentido da beleza? Você contempla o pôr-do-sol e fica maravilhado. E tão lindo... Mas um idiota qualquer pode vir e perguntar: "Qual o sentido disso tudo?" E você fica sem resposta. Se não existe sentido algum, então por que fazer tanto alarde sobre a beleza? Uma flor, um quadro, uma música ou uma poesia bonita — eles não têm qualquer sentido. Não são argumentos para se provar nada nem são meios para se atingir um fim. E viver consiste somente nessas coisas que não têm sentido algum. Deixe-me repetir: viver consiste somente nessas coisas que não têm absolutamente sentido, que não têm significado algum — significado no sentido de não ter objetivo, de não levar você a lugar algum, de não o fazer ganhar nada com elas. Em outras palavras, viver é significativo por si mesmo. Esqueça essa história de querer entender tudo. Em vez disso, viva. Em vez disso, divirta-se! Não analise, celebre!


                                                                                    'Osho- Faça o seu Coração Vibrar' 

Osho- O Verdadeiro Poder

As pessoas regem-se pela busca do poder. Essa sede de poder manifesta-se quase sempre de uma  forma inconsciente. A sede de poder é a maior doença que alguma vez afectou o Homem. Os vários sistemas educativos, as religiões, as culturas e sociedades são  plenamente  a  favor desta  doença. Todos querem que o seu filho se torne o maior homem da humanidade.  A sede de poder resulta do vazio dentro das pessoas.  Um homem que não se rege pela luta do poder é um homem realizado,satisfeito e sobretudo resignado à sua condição.  Existem 2 caminhos possíveis: o da sede de poder e o caminho da dissolução. O poder é doentio e hediondo.  A ideia de exercer poder implica a humilhação e a destruição da      individualidade     de          outrem.  Existe um poder que nada tem a ver com domínio sobre terceiros.  É como o poder que brota de nós tal como uma pétala que se abre para que seja libertado o perfume.  Mas este poder deverá ser designado de outra forma: amor, compaixão e/ou paz.  A palavra poder é uma palavra contaminada.  Se você exerce poder sobre si próprio, se se tortura, não existe ninguém que  o possa   defender.  O poder tem estado nas mãos de pessoas violentas. Aqueles que são violentos para com terceiros são mais espontâneos do que aqueles que são violentos com eles próprios. A conquista através do poder pode ser dolorosa – ser esmagado pela enorme e  violenta competição.  A melhor solução é render-se a si mesmo, na busca de um poder próprio que não tem nos outros uma referência. Um poder independente.  Dominar a si mesmo é um exercício a que muitas pessoas costumam chamar disciplina. Precisa de encontrar a origem da sua sede de poder. Essa sede nasce no imenso vazio que sente dentro de si, do complexo de inferioridade  que  o afecta. Temos de mergulhar nesse vazio, mas temos evitado constantemente esse vazio. O vazio e o nada são palavras há muito condenadas. Nirvana significa “não-ser”. O mundo é dominado por pessoas que se sentem absolutamente inferiores,e tentam disfarçar recorrendo ao poder. As pessoas vulgares ficam intrigadas perante o poder. O poder é um exercício fútil. Ele não altera nada dentro de nós.

                                                                                                                    'Osho- O Livro do Ego'

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Osho- Saía da Concha



Ser curioso é bom porque é assim que começa a jornada de questionamento da vida. Mas se você não for além dessa curiosidade, não haverá qualquer intensidade nisso. Talvez só pule de curiosidade em curiosidade como um barco à deriva, seguindo ao sabor das ondas, sem nunca ancorar em algum lugar. A curiosidade é um bom ponto de partida, mas depois é preciso ficar mais passional. E preciso fazer da vida uma busca, não apenas uma curiosidade. E o que eu quero dizer quando falo que é preciso fazer de sua vida uma busca? São muitas as perguntas, mas a busca é uma só. Quando uma pergunta se torna tão importante que você se dispõe a sacrificar a própria vida por ela, então ela é uma busca. Quando uma pergunta tem tamanha importância, tamanho significado que você pode arriscar e apostar tudo o que tem, então ela se torna uma busca. A sociedade lhe ensina: "Opte pelo conveniente, pelo confortável. Opte pelo caminho batido no qual seus antepassados e os antepassados de seus antepassados, desde Adão e Eva, já caminhavam. Essa é a prova — tantos milhões de pessoas já o percorreram, não pode ser o caminho errado." Mas lembre-se de uma coisa: a multidão nunca passou pela
experiência da verdade. A verdade só aconteceu a indivíduos. Sempre que houver alternativas, tenha cuidado. Não opte pelo conveniente, pelo confortável, pelo respeitável, pelo socialmente
aceitável, pelo honroso. Opte pelo que faz o seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar de todas as conseqüências. Cometer erros não é errado — cometa todos os erros de que for capaz. E desse jeito que você aprenderá mais. Só não cometa o mesmo erro mais de uma vez: isso faz de você um tolo. Você tem que se proteger de todas essas pessoas bemintencionadas, que gostam de praticar o bem e que estão a todo instante aconselhando-o a fazer isso ou aquilo. Ouça o que elas têm a dizer e agradeça. Elas não têm a intenção de lhe causar mal, mas causam. Ouça apenas o seu próprio coração. Esse é o seu único professor. Na verdadeira jornada da vida, sua própria intuição é o único professor que você tem.


                                                                                    'Osho- Faça o seu Coração Vibrar' 

Osho- Não tenha medo da experiência



Só o passado não vivido é que se torna um fardo psicológico. Deixe-me repetir: o passado não vivido, aqueles momentos que você poderia ter vivido, mas não viveu. Os casos de amor que não existiram, que você deixou passar... Aquelas canções que não cantou, porque estava ocupado com alguma coisa boba... É o passado não vivido que se torna seu fardo psicológico e fica cada vez mais pesado a cada dia que passa. E por isso que o idoso fica tão rabugento. Não é culpa dele. Ele não sabe por que é tão rabugento — por que tudo o deixa irritado, por que está sempre zangado, por que não pode deixar que os outros sejam felizes, por que não gosta de ver as crianças dançando, cantando, pulando, festejando. Por que ele quer que todo mundo fique quieto? O que há com ele? Trata-se, simplesmente, de um fenômeno psicológico: toda a vida que ele não viveu. Quando ele vê uma criança dançar, sua criança interior sofre. Sua criança interior foi, de alguma forma, impedida de dançar — talvez pelos pais, pelos mais velhos, talvez por ele mesmo, porque era respeitável, honrado. Ele foi levado à presença dos vizinhos e apresentado: "Olhem que criança mais quieta, calma, silenciosa. Não atrapalha, não faz travessuras." O ego dele era massageado. De qualquer forma, ele saiu perdendo. Agora não suporta mais isso, não consegue tolerar essa criança. Na verdade, é a sua infância não vivida que começa a doer. Deixou uma ferida. E quantas feridas você está carregando? Milhares de feridas ainda doem, pois quanta coisa você deixou de viver? Seja a favor da vida. Vida é sinônimo de Deus. Você pode esquecer a palavra "Deus" — a vida é Deus. Viva com reverência, com grande respeito e gratidão. Você não conquistou esta vida: ela é um mero presente do além. Sinta-se grato e reverente. Abocanhe o máximo que puder, mastigue bem e digira tudo muito bem. E desfrute a vida de todas as maneiras possíveis — viva o bom e o ruim, o doce e o amargo, o escuro e o claro, o inverno e o verão. Viva todas as dualidades. Não tenha medo da experiência: quanto mais experiência você tiver, mais integrado ficará. Quando você encontrar um amigo, encontre-o de fato. Sabe-se lá... Talvez nunca mais volte a encontrá-lo. Então vai se arrepender. E, assim, esse passado insatisfeito vai assombrá-lo, cobrando aquilo que você queria ter dito e não disse. Existem pessoas que querem dizer "eu te amo" a alguém, esperam anos por isso e acabam não dizendo. E a outra pessoa pode um dia morrer e elas vão chorar e se lamentar: "Eu queria ter dito a ela que a amava, mas não disse." Sempre que tiver um sonho, anote-o. Esse sonho mostra o que você está deixando de viver na realidade. O homem que vive na realidade faz com que seus sonhos comecem a desaparecer. Não existe nada para ele sonhar. Na hora em que vai dormir, ele põe fim ao trabalho do dia. Ele se desliga. Não sobra nada para levar para os sonhos. O medo da morte não é o medo da morte, é o medo de não se sentir realizado. Você vai morrer e descobrir que não experimentou
nada, absolutamente nada, ao longo da vida — nenhuma maturidade, nenhum crescimento, nenhum desabrochar. Você chegou de mãos vazias e está partindo de mãos vazias. Esse
é o medo.


                                                                                   'Osho- Faça o seu Coração Vibrar' 

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

OSHO- Nada Pode Ser-lhe Roubado


 Você vem ao mundo sem coisa alguma. Assim, uma coisa é certa: nada lhe pertence.
Você vem absolutamente despido, porém com ilusões. É por isso que toda criança nasce com as mãos fechadas, cerradas, acreditando que está trazendo tesouros - e aqueles punhos estão vazios. E todos morrem com as mãos abertas. Tente morrer com as mãos cerradas - até o momento ninguém conseguiu. Ou tente nascer com as mãos abertas - ninguém conseguiu também. A criança nasce com as mãos fechadas, com a ilusão de que está trazendo tesouros ao mundo, mas não há nada nas mãos. Nada lhe pertence, então você está preocupado com qual insegurança? Nada pode ser roubado, nada pode ser tirado de você.
Tudo o que você está usando pertence ao mundo. E um dia você terá que deixar tudo aqui. Você não será capaz de levar coisa alguma com você.

'OSHO - Mais Pepitas de Ouro'

Contos Zen



Sem Motivo
 
Certo dia, três amigos passeavam e viram um homem no cume de um pequeno monte,sentado. Curiosos sobre o que estaria o homem fazendo, foram até ele, usando a trilha na encosta. Chegando lá, o primeiro disse: "Olá, está esperando um amigo?" "Não..." - respondeu o outro. O segundo homem replicou: "Então está respirando o ar puro!" "Não..." - disse o estranho. O terceiro amigo disse: "Já sei! Você estava passando e resolveu olhar este belo cenário." "Não, na verdade..." - repetiu o homem. Os três amigos então exclamaram ao mesmo tempo, estupefatos: "Mas então, o que faz aqui?!" O homem disse com um suave sorriso: "Apenas ESTOU aqui..."


Não tenho nada
 
 Um jovem monge aproximou-se de Chao-chou muito orgulhoso e eufórico, e disse: "Me desfiz de tudo o que tinha! Minhas mãos estão vazias e vim à vós com o coração sereno!" "Então resta apenas desfazeres-te disso, e chegarás ao Zen." Afirmou o mestre. "Mas," replicou o monge, "não tenho mais nada. Do que mais posso me desfazer?" "Tudo bem," comentou o sábio, "se tu queres manter o Nada que ainda carregas, fica com ele..."

 

domingo, 21 de setembro de 2014

Osho- Professores e Mestres



 Professores existem muitos; Mestres, muito poucos. Os professores são muito baratos; você pode obtê-los a uma rupia a dúzia — porque ser um professor não é nada. Você precisa de um pouco de capacidade intelectual para entender as coisas, um pouco de capacidade para explicar as coisas — se você for um tanto capaz, poderá se tornar um professor. As escrituras estão aí, você pode memorizá-las. Com um pouco de prática, você poderá atingir uma certa penetração lógica nas coisas. Poderá fazer as pessoas se calarem, poderá provar coisas. E muitas ficarão atraídas, porque as pessoas vivem em seus centros intelectuais, em suas cabeças. Um professor é uma pessoa orientada racionalmente, mais racional do que você. Ele pode impressioná-lo, mas essa impressão não o levará a parte alguma; você vai ficar no mesmo lugar. Ele próprio não está em parte alguma. Um professor é alguém que ensina sem saber o que está ensinando, que fala de coisas que não conheceu, de mundos sem qualquer experiência. Ele não saboreou coisa alguma do Desconhecido. Ele pode ter experimentado muitas coisas dos Vedas, do Alcorão, da Bíblia e dos Upanixades; pode ter reunido muitos conhecimentos, mas não tem sabedoria alguma. Mas você consegue se adaptar a um professor muito facilmente, porque ele é do mesmo tipo, pertence ao mesmo nível de ser que
você, ao mesmo plano. Os professores se tornaram por demais influentes; eles dirigem grandes movimentos, milhões são atraídos por eles — porque falam a mesma linguagem que você pode entender. Os Mestres não podem liderar grandes movimentos — é quase impossível. Aliás, quando eles se tornam conhecidos, já não estão mais aqui; quando as pessoas começam a ouvir falar deles, eles já se foram. Então são venerados por milhares de anos, mas essa veneração não ajuda muito. Ser tocado por um Mestre é difícil, porque isso significa morrer para o seu próprio ego. Permitir que um Mestre trabalhe em você é algo muito corajoso: você abre seu coração, fica vulnerável; e ninguém sabe para onde ele o está levando — você precisa confiar. A lógica não ajuda, apenas o amor
.

                                                                 'OSHO- Antes Que Você Morra'

OSHO- Algo Absolutamente Novo




Se você quiser tornar-se um homem, não uma máquina, livre-se de seus pais. E você terá de observar. É um trabalho pesado, trabalho árduo; você não pode fazê-lo instantaneamente. Terá de ser muito cuidadoso no seu comportamento. Observe quando sua mãe estiver aí, funcionando através de você - pare com isso, afaste-se disso. Faça algo absolutamente novo que sua mãe nem mesmo pudesse conceber. Por exemplo, seu namorado está olhando para alguma outra mulher com muita admiração nos olhos. Agora observe o que você está fazendo. Está fazendo o que sua mãe teria feito no caso de seu pai olhar para uma outra mulher com admiração? Se fizer isso, nunca saberá o que é amor, você simplesmente estará repetindo uma história. Será o mesmo ato sendo desempenhado por atores diferentes, é tudo; o mesmo ato apodrecido sendo repetido muitas e muitas vezes. Não seja um imitador, caia fora disso. Faça algo novo. Faça algo que sua mãe não pudesse ter concebido. Faça algo novo que seu pai não pudesse ter concebido.

                                                                                        'Osho- Sufis, o Povo do Caminho'

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Osho- O Tédio, um Grande Começo



O homem é o único animal que sente tédio. Isso é um grande privilégio, isto faz parte da dignidade dos seres humanos. Você já viu algum búfalo entediado, um burro entediado? Eles não ficam entediados! Tédio significa simplesmente que a sua maneira de viver está errada; conseqüentemente, isso pode se tornar um grande evento – a compreensão de que “eu estou entediado e alguma coisa precisa ser feita, alguma transformação se faz necessária”. Portanto, não pense que sua sensação de tédio é ruim – é um bom sinal, é um bom começo, um começo muito promissor. Mas não pare aí. Por que nos sentimos entediados? Sentimo-nos muito entediados porque temos vivido em padrões mortos, padrões que nos foram dados pelos outros. Renuncie a esses padrões, saia desses padrões! Comece a viver por si mesmo. Somente uma pessoa autentica não sente tédio; a pessoa falsa necessariamente se sente entediada. O cristão se sente entediado, o jaina está entediado, o parsi está entediado, o comunista está entediado, porque eles estão dividindo sua vida em duas partes. Suas verdadeiras vidas permanecem reprimidas e eles começam a simular uma vida irreal. E é essa vida irreal que cria o tédio. Se você está fazendo aquilo a que estava destinado, você nunca ficara entediado. O dia em que deixei minha casa para ir a universidade, meus pais, minha família, todos queriam que eu me tornassem um cientista – havia muito mais futuro para um cientista – ou pelo menos para um médico, ou um engenheiro. Eu recusei totalmente. Eu disse: “Farei o que quiser, porque não quero viver uma vida de tédio. Como cientista, posso ter sucesso – posso ter respeitabilidade, dinheiro, prestígio – mas no fundo permanecerei entediado, porque isso jamais foi o que eu quis fazer”. Eles ficaram chocados, porque não podiam ver qualquer futuro no estudo de filosofia; filosofia é a matéria mais pobre nas universidades. Eles concordaram, com relutância, sabendo que eu estaria desperdiçando meu futuro; mas finalmente reconheceram que estavam errados. Não é uma questão de dinheiro, poder e prestígio; a questão é o que você, intrinsecamente, deseja fazer. Faça-o, sem levar em consideração os resultados, e o seu tédio desaparecerá. Você deve estar seguindo idéias de outros: você deve estar fazendo as coisas da maneira certa, deve estar fazendo as coisas tal qual elas deveriam ser. Essas são as pedras fundamentais do tédio. A humanidade inteira está entediada, porque a pessoa que teria sido um místico é um matemático, a pessoa que teria sido um matemático é um político, a pessoa quer teria sido um poeta é um homem de negócios. Todos estão em algum outro lugar. Ninguém está onde deveria estar. Temos que arriscar. Se você estiver pronto para correr o risco, o tédio desaparece em um único instante.

                                                                                              'Osho- Vida, Amor e Riso' 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Buda- O Segredo da Saúde da Mente




'Um rochedo não é abalado pelo vento; a mente de um sábio não é perturbada pela honra ou pelo abuso.'

'O segredo da saúde da mente e do corpo está em não lamentar o passado, em não se afligir com o futuro e em não antecipar preocupações; mas está no viver sabiamente e seriamente o presente momento.'


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Osho- Ausência de Desejo



  Ninguém consegue parar de desejar, 
mas a realidade só acontece quando o desejo pára.
Na nossa ausência de desejo está a nossa única satisfação.




sexta-feira, 6 de junho de 2014

Osho- Totalidade


Nunca existiu uma pessoa como você antes, não existe ninguém neste mundo como você agora e nem nunca existirá. Veja só o respeito que a vida tem por você. Você é uma obra de arte —impossível de repetir, incomparável, absolutamente única. Cada dia traz seus próprios problemas e desafios. Cada momento traz suas próprias perguntas. E se você tem respostas
prontas na cabeça, sequer será capaz de ouvir as perguntas. Estará tão cheio de respostas que será incapaz de ouvir. Você não estará acessível. Muitos dos nossos problemas — talvez a maioria deles — existem porque nunca olhamos para eles de frente, nunca os enfrentamos. Ficar com medo deles, não olhar para eles e viver tentando evitá-los só serve para lhes dar mais força. Assim, você está aceitando que eles são reais. A sua aceitação é a existência deles. Sem a sua aceitação, eles não existiriam. Pare de se julgar. Em vez disso, comece a se aceitar com todas as suas imperfeições, suas fragilidades, seus erros e seus fracassos. Não
queira ser perfeito. Isso seria, simplesmente, querer o impossível e, assim, você ficaria frustrado. Afinal, você é um ser humano. Não se preocupe com a perfeição. Substitua a palavra "perfeição" por "totalidade". Não pense que você tem que ser perfeito, pense que tem
que ser total. A totalidade dá a você uma dimensão diferente. Existe uma enorme diferença entre perfeição e totalidade. A perfeição é uma meta a atingir no futuro, a totalidade é uma
experiência no aqui e agora. A totalidade não é uma meta, é um estilo de vida. A maior calamidade que pode acontecer a uma pessoa é ela ficar séria e prática demais. Um pouquinho de loucura e de excentricidade só faz bem. Coragem significa enfrentar o desconhecido apesar de todos os medos. Coragem não significa destemor. O destemor acontece se você continua sendo cada vez mais corajoso. Essa é a experiência suprema da coragem — o destemor. Essa é a fragrância do que acontece quando a coragem tornou-se absoluta. Mas, a princípio, não existe muita diferença entre a pessoa covarde e a corajosa. A única diferença é que o covarde dá ouvidos aos seus medos e os segue, e o corajoso os deixa de lado e segue adiante. A pessoa de coragem enfrenta o desconhecido apesar de todos os
medos. A existência não é um problema que precisa ser solucionado, é um mistério a ser vivido. E você precisa estar perfeitamente consciente da diferença que existe entre um mistério e um problema. O problema é algo criado pela mente. O mistério é algo que simplesmente existe, não foi criado pela mente. O problema tem algo de feio, como uma doença. O mistério é belíssimo. Com o problema, imediatamente surge a luta. Você tem que resolvê-lo. E algo errado, você tem que consertá-lo. Algo está faltando, você tem que providenciar o elo que falta. Com o mistério, nada disso é necessário. A Lua aparece à noite... Isso não é um problema, é um mistério. Você tem que conviver com ele. Você tem que dançar com ele, tem que cantar com ele ou pode, simplesmente, ficar em silêncio com ele. Algo de misterioso envolve você. Você continua sonhando, imaginando coisas bonitas para os dias que virão, para o futuro. E nos momentos em que o perigo é iminente, então percebe de repente que pode ser que não haja futuro algum, amanhã algum e que este é o único momento que tem. Os tempos de desastre são extremamente reveladores. Eles não trazem nada de novo para o mundo — simplesmente fazem com que você fique consciente do mundo como ele é. Eles o despertam. Se você não entender isso, pode enlouquecer. Se entender, pode ser que você desperte. Aposte todas as suas fichas. Seja um apostador! Arrisque tudo, pois o momento seguinte não é uma certeza. Então, por que se importar com ele? Por que se preocupar? Viva perigosamente, viva com prazer. Viva sem medo, viva sem culpa. Viva sem nenhum medo do inferno ou sem ansiar o céu. Simplesmente viva.A morte é segurança, a vida é insegurança. Aquele que quer
realmente viver deve viver no perigo, em constante perigo. Aquele que quer chegar no cume tem que arriscar se perder. Aquele que quer escalar o pico mais alto tem que correr o risco de cair de algum lugar, de escorregar.

                                                                               'Osho- Faça o seu Coração Vibrar' 

Osho- Vendendo Felicidade



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domingo, 11 de maio de 2014

Osho- Equilíbrio (O Ensinamento de Buda)



Um grande príncipe foi iniciado, tornou-se um sannyasin de Buda. Ele tinha vivido em grande luxo a vida toda, ele havia sido um grande tocador de sítara, seu nome era conhecido em todo o país como o de um grande músico. Mas ele ficou impressionado pela música interior de Buda – pode ser que o seu insight em música lhe tenha ajudado a entender Buda. Quando Buda estava visitando a sua capital ele o ouviu pela primeira vez, se apaixonou à primeira vista e renunciou ao seu reino. Até mesmo Buda não queria que ele tomasse essa grande decisão tão impulsivamente. Ele lhe disse: “Espere, pense. Eu estarei aqui por quatro meses” – porque durante toda a estação das chuvas ele permanecia em um lugar. “Eu ficarei aqui, não há pressa. Pense sobre isso. Um período de quatro meses e então você pode tomar sannyas, você pode ser iniciado”. Mas o jovem disse: “A decisão já aconteceu; não há nada mais a ser pensado. É agora ou nunca! E quem sabe sobre o amanhã? E você vem sempre dizendo, ‘viva no presente’, então, porque você está me dizendo para esperar por quatro meses? Eu posso morrer, você pode morrer, alguma coisa pode acontecer. Quem sabe sobre o futuro? Eu não quero esperar nem mesmo um único dia!”. Sua insistência era tal que Buda teve que conceder; ele foi iniciado. Buda estava um pouco incerto sobre ele, se ele seria capaz de viver essa vida de mendigo. Buda tinha conhecido isso a partir de sua própria experiência; ele mesmo havia sido um grande príncipe uma vez. Ele sabia o que era viver em luxo, em conforto e o que era ser mendigo nas ruas. Era um fenômeno árduo, e Buda tinha levado um tempo. Ele levou seis anos para se tornar iluminado, e aos poucos ele havia se acostumado a ficar sem abrigo, às vezes sem comida, sem amigos, inimigos em toda a parte por nenhuma razão, porque ele não estava machucando ninguém. Mas as pessoas são tão estúpidas, elas vivem em tamanha mentira, que sempre que vêem um homem que sabe a verdade, elas se ferem a si mesmas – elas se sentem machucadas, insultadas. Buda sabia que a coisas toda seria demais para esse jovem. Ele sentiu pena dele, mas o iniciou. E ele ficou surpreso e todos os outros sannyasins ficaram surpresos, porque o homem simplesmente se moveu para o outro extremo. Todos os monges budistas costumavam comer somente uma vez por dia, aquele novo monge, o ex-príncipe, começou a comer somente uma vez em dois dias. Todos os monges budistas costumavam dormir debaixo de árvores; ele dormia debaixo do céu aberto. Os monges costumavam caminhar nas estradas, ele caminhava, não nas estradas, mas sempre dos lados onde havia espinhos, pedras. Ele era um belo homem; em poucos meses seu corpo ficou escuro. Ele era muito saudável; ficou doente, magro e franzino. Seus pés ficaram feridos. Muitos sannyasins vieram a Buda e disseram: “Alguma coisa tem que ser feita. Aquele homem foi para o extremo oposto: ele está se torturando! Ele se tornou autodestrutivo”. Buda foi a ele uma noite e lhe perguntou: “Shrona” – Shrona era o seu nome – “posso lhe fazer uma pergunta?” Ele disse: “É claro meu Senhor. Você pode fazer qualquer pergunta. Eu sou seu discípulo. Eu estou aqui para lhe dizer tudo o que quiser saber sobre mim”. Buda disse: “Eu ouvi dizer que quando você era príncipe, você era um grande músico e costumava tocar cítara”. Ele disse: “Sim, mas isso está acabado. Eu me esqueci completamente disso. Mas é verdade, eu costumava tocar cítara. Esse era o meu hobby, meu único hobby. Eu costumava praticar pelo menos oito horas por dia e eu tinha ficado famoso em todo o país por isso”. Buda disse: “Eu tenho que fazer uma pergunta. Se as cordas da sua sítara estiverem esticadas de demais, o que acontecerá?”. Ele disse: “O que acontecerá? É simples! Você não poderá tocar – elas arrebentarão”. Buda disse: “Uma outra pergunta: se elas estiverem frouxas demais o que acontecerá?”. Shrona disse: “Isso também é simples. Se elas estiverem frouxas demais nenhuma música será produzida nelas porque não haverá tensão alguma”. Buda disse: “Você é uma pessoa inteligente – eu não preciso dizer mais nada a você. Lembre-se: a vida também é um instrumento musical. Ela precisa de uma certa tensão, mas somente uma certa tensão. Menos que isso a sua vida será frouxa demais e não haverá música. Se a tensão for demais você começará a entrar em colapso, você começará a ficar louco. Lembre-se disso. Primeiro você viveu uma vida muito relaxada e você perdeu a música interna; agora você está vivendo uma vida muito rigorosa – você ainda está perdendo a música. Não existe uma maneira de se ajustar as cordas da cítara de tal forma que elas fiquem exatamente exata de tensão, para que a música possa surgir?”. Ele disse: “Sim, existe uma maneira”. Buda disse: “Esse é o meu ensinamento: esteja exatamente no meio, entre os dois pólos. A tensão não tem que desaparecer completamente, senão você estará morto; a tensão não tem que ser demasiada, senão você enlouquecerá”.


  
                                                                                         'Osho- Tao: O Portal Dourado' 

Osho- Ciência e a Jornada Interior


 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Osho- A Vida é Perfeita



O que você quer dizer, Osho, quando você diz que a vida é perfeita?

Eu quero dizer exatamente isso. A vida é perfeita. Mas eu entendo por que surge essa pergunta. A pergunta surge porque você tem algumas idéias sobre a perfeição, e a vida não se encaixa em suas idéias, daí você achá-la imperfeita. Quando eu digo que a vida é perfeita, eu não quero dizer que ela se encaixa com a minha idéia de perfeição – eu não tenho nenhuma.
Quando digo que ela é perfeita, simplesmente quero dizer que não há nenhuma outra coisa para se comparar com ela, não há nenhum ideal. Isso é tudo que há; tem de ser perfeito. Sua perfeição é sempre comparação, a minha perfeição é apenas uma simples afirmação de um fato; não é uma comparação. Você compara, você diz: “Sim, isso é perfeito, aquilo não é perfeito” – e você tem um critério do que é perfeito. Pare de comparar, pare de julgar; de outra forma, você permanecerá infeliz – e só por causa de seus julgamentos e comparações. Olhe para a vida sem ser um juiz. Quem é você para julgar? O que você sabe sobre a vida? Até mesmo sobre você, o que você sabe? Quem é você para julgar?


                                                                                                   'Osho- The Diamond Sutra' 



segunda-feira, 31 de março de 2014

Osho- Despertando o Mundo


 

Osho- Profundamente Adormecido, Mesmo Desperto



Você dorme quando dorme, mas dorme também quando está desperto. O que isso significa? — pois é isso o que diz Buda, é o que diz Jesus, é o que diz Heráclito. Você parece bem acordado, mas apenas na aparência; no fundo está sempre dormindo. Até mesmo agora está dormindo por dentro: continuam mil e um pensamentos — e você não tem consciência do que está acontecendo, não percebe o que está fazendo, não sabe quem você é. Move-se como as pessoas que se movem dormindo. Você já deve ter visto alguém que se move dormindo, faz uma coisa, faz outra, e depois volta para a cama. Há uma doença chamada sonambulismo. Muitos levantam-se à noite de suas camas; seus olhos estão abertos, podem se mover! — movimentam-se, encontram a porta. Vão à cozinha, comem alguma coisa, voltam e deitam-se na cama. E se de manhã alguém pergunta o que fizeram, eles não sabem dizer. No máximo, se tentarem se lembrar, acharão que à noite tiveram um sonho no qual se levantaram e foram à cozinha —mas, no máximo, foi um sonho; mesmo isso é difícil lembrar.Muitas pessoas cometeram crimes; muitos assassinos disseram no tribunal que não se lembravam de ter feito tal coisa. Não que estivessem tentando enganar a corte. Não. Agora os psicanalistas descobriram que eles não estão enganando, não estão mentindo; acreditam totalmente nisso. Eles cometeram assassinato — quando dormiam profundamente; realmente cometeram- como num sonho. Esse sono é mais profundo que o comum. Esse sono é como estar bêbado: você
pode se movimentar um pouco, fazer algumas coisas, pode também estar um pouco consciente — mas bêbado; não sabe exatamente o que está acontecendo. O que você fez no passado? Pode se lembrar exatamente? Por que fez o que fez? O que aconteceu com você? Estava alerta enquanto estava acontecendo? Você se apaixona e não sabe por quê, sente raiva e não sabe por quê. É claro que pode encontrar desculpas; racionaliza tudo o que faz —mas racionalização não é consciência. Consciência significa que tudo o que está acontecendo no momento acontece com plena consciência: você está presente. Se você está presente quando a raiva está acontecendo, a raiva não acontece. Só pode acontecer se você estiver profundamente adormecido. Quando está presente, começa uma transformação imediata em seu ser, porque quando se está presente, atento, muitas coisas simplesmente não são possíveis. Tudo o que se chama de 'pecado' não é possível quando você está alerta. Assim, na
verdade só existe um pecado, que é a inconsciência. A origem da palavra 'pecado' é estar ausente. Não significa cometer alguma coisa errada; significa simplesmente estar à parte, estar ausente. A raiz hebraica para a palavra 'pecado' significa estar ausente. Isso ocorre em algumas palavras inglesas: 'misconduce' (ausência de conduta) e 'misbehavior' (ausência de comportamento). O verbo 'to miss' significa não estar presente, fazer alguma coisa sem estar presente — este é o único pecado. E a única virtude consiste em fazer alguma coisa em completo alerta — o que Gurdjieff chama de lembrança de si, o que Buda chama de estar corretamente atento, o que Krishnamurti chama de consciência, o que Kabir chamou de surati: estar presente! Isso é tudo o que é preciso, mais nada; você não precisa mudar nada. E mesmo que tente mudar, não pode.



                                                                                                  'Osho- A Harmonia Oculta'