As pessoas regem-se pela busca do poder. Essa sede de poder manifesta-se quase sempre de uma forma inconsciente. A sede de poder é a maior doença que alguma vez afectou o Homem. Os vários sistemas educativos, as religiões, as culturas e sociedades são plenamente a favor desta doença. Todos querem que o seu filho se torne o maior homem da humanidade. A sede de poder resulta do vazio dentro das pessoas. Um homem que não se rege pela luta do poder é um homem realizado,satisfeito e sobretudo resignado à sua condição. Existem 2 caminhos possíveis: o da sede de poder e o caminho da dissolução. O poder é doentio e hediondo. A ideia de exercer poder implica a humilhação e a destruição da individualidade de outrem. Existe um poder que nada tem a ver com domínio sobre terceiros. É como o poder que brota de nós tal como uma pétala que se abre para que seja libertado o perfume. Mas este poder deverá ser designado de outra forma: amor, compaixão e/ou paz. A palavra poder é uma palavra contaminada. Se você exerce poder sobre si próprio, se se tortura, não existe ninguém que o possa defender. O poder tem estado nas mãos de pessoas violentas. Aqueles que são violentos para com terceiros são mais espontâneos do que aqueles que são violentos com eles próprios. A conquista através do poder pode ser dolorosa – ser esmagado pela enorme e violenta competição. A melhor solução é render-se a si mesmo, na busca de um poder próprio que não tem nos outros uma referência. Um poder independente. Dominar a si mesmo é um exercício a que muitas pessoas costumam chamar disciplina. Precisa de encontrar a origem da sua sede de poder. Essa sede nasce no imenso vazio que sente dentro de si, do complexo de inferioridade que o afecta. Temos de mergulhar nesse vazio, mas temos evitado constantemente esse vazio. O vazio e o nada são palavras há muito condenadas. Nirvana significa “não-ser”. O mundo é dominado por pessoas que se sentem absolutamente inferiores,e tentam disfarçar recorrendo ao poder. As pessoas vulgares ficam intrigadas perante o poder. O poder é um exercício fútil. Ele não altera nada dentro de nós.
'Osho- O Livro do Ego'
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